Salvador Biedma ::: Quizá fuera volviendo
- davisdiniz
- 8 de ago. de 2020
- 2 min de leitura
Atualizado: 13 de nov. de 2020
E o corpo se respira água
o sangue se madura sol
máquinas aprontadas
o riso existe
faz séculos
também o medo
não celebramos
o ar novo
a linguagem velha
e renovada.
Que é multidão,
movimento.
Um rebuliço que lateja,
a noite inalterada.
Não sei o nome
desse chiado que aparece
quando fecho os olhos.
Esse chiado
não se articula,
sempre está correndo.
Pode ouvir?
É o rio que somos.
Conhece tudo
menos aquietação.
Beijava as palavras ao dizê-las,
jogava com a boca no ar
já dada na espera
de que eu movesse alguma peça.
E me enredei em recordação
porque na casa da infância
a infância já não está,
porque cresci
com esta memória
rígida e emboscada.
E esperar não sei esperar
mas espero
que seu aroma tinja a noite.
Y el cuerpo respirase agua la sangre madurase sol máquinas preparadas la risa existe desde hace siglos el miedo también no celebramos el nuevo aire el lenguaje viejo y renovado.
Qué es multitud, movimiento. Un bullido que late, la noche inalterada. No sé el nombre del ruido que aparece cuando cierro los ojos. Ese ruido no se articula, siempre está corriendo, ¿no lo oís? Es el río que somos. Conoce todo menos la quietud.
Besabas las palabras al decirlas, jugabas en el aire con la boca ya dada esperando que yo moviese alguna pieza. Y me enredé en recuerdos porque en la casa de la infancia no está ya la infancia, porque crecí con esta memoria emboscada y rígida. Y esperar no sé esperar e igual espero que tu olor tiña la noche.
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Salvador Biedma nasceu em Buenos Aires no ano de 1979. É autor do livro de poesia "Quizá fuera volviendo" (La Gran Nilson, 2017), onde se encontram os poemas aqui traduzidos, e também das narrativas "Además, el tiempo" (Ediciones La Yunta, 2013) e "Siempre empuja todo" (Eterna Cadencia, 2018). Trabalhou com editor, jornalista, revisor, traduziu Hilda Hilst na Argentina, e esteve a cago da livraria portenha Colastiné.
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